quarta-feira, janeiro 04, 2006

O dia que visitei o Inferno Celestial (Parte 1)


Era um casarão bem antigo que fica nas redondezas dos Jardins,por fora não aparentava o tamanho real .
Entrei por uma porta de madeira vermelha,judiada e riscada de faca (ou algum objeto cortante),estava bem desbotada do tempo.
Paguei a entrada e o segurança apenas me olhou de cima a baixo sem encostar um dedo em mim,achei estranho ele não me revistar ,passei pela porta e opbservei que a outra pessoa que estava atras de mim e aconteceu o mesmo.Conclui que a segurança naquele lugar era zero.
Cheguei no hall de entrada ,o teto de telha era bem alto ,com paredes de tijolos antigos e enormes quadros pendurados na parede,nesses quadros pinturas fortes num estilo pseudo-renascentista de pessoas com rostos carregados de dor.
O lugar era grande ,escuro,quente e sombrio,porém cheio de energia.
Como já havia pago 25 pilas pra entrar ,fui direto pro open bar,pedi uma vodka (graças a Deus que era Smirnoff),e misturei com uma coca (pra ficar mais fraquinho) .
Com o copo na mão fui conhecer o resto da casa.Percebi que a instalação do casarão internamente dava um clima bem mais sombrio e pesado ao lugar.
Comecei a sentir uma batida repetida ,abafada e contagiante.Fui procurar de onde vinha esse som (senti uma leve brisa no rosto).
A direita do bar havia um pequeno corredor que terminava numa escada que descia e levava a uma chapelaria.Desci a escada cuidadosamente apoiando pelas paredes,pois não havia corrimão.Eu dava de ombros com muitas pessoas vestidas de preto ou com mascaras monstruosas (era noite de Halloween),terminei de descer as escadas (nessa hora senti um forte vento em meu rosto).Virei a esquerda ,quando me dei conta que havia chegado na pista de dança.
A pista estava lotada .O som que rolava estava altissimo.E na hora que cheguei estava rolando um techno-industrial bem pesado,algo como um Atari teenage Riot ou um Nine Inch Nails mais porradão.
As pessoas dançavam insanamente,era como um ritual de uma tribo aos seus deuses,só que nesse caso ,os Deuses do Prazer.Eu não enxergava um palmo do meu nariz.Somente conseguia ver algo quando os flashes das luzes estroboscopicas espocando a todo instante,dando imagens de rostos de prazer,dor ,amor ,odio e alegria das pessoas que dançavam freneticamente.

(Continua)