A honestidade tem um peso fundamental para que a arte seja concebida. Porém devemos sempre questioná-la, pois assim a arte se revela de forma agressiva e violenta, derramando todo o rubor de seu sangue.
É o que eleva o resultado .Quando se concebe algo pasteurizado ,logo sabemos que o oportunismo e a ausência de suor e odor ,fez diferença no resultado final.
Acaba sendo insípido ,puro no sentido estéril ,eliminando toda e qualquer força multiplicadora.
Nem o cheiro de amônia sentimos ,nem a química esterilizadora notamos .Apenas um corpo sem alma.
Podemos quebrar essa grande barreira bloqueadora ,derrubar essa muralha branca ,que insiste em invadir nossos pensamentos .Ela é como um fantasma que não causa medo, apenas conforto. Este mesmo conforto que nos deixa estéreis e improdutivos.
Eu não quero conforto ! Não quero amortizar minha queda! Quero incomodar e ser incomodado.
Por isso que o ódio é um catalizador que transcende qualquer ato de violência física ou mental .É mais que isso ,é algo que liberta ,mas que deve ser canalizado.
Esse ódio é aquele que te faz passar frio, fome, sofrimento e o que deve ser feito é canalizar no que você faz de melhor ,ou seja nos escritos ,poemas ,saco de areia ,música .Para se convencer que nunca mais passará por isso novamente.
Ele te liberta ,esvazia seu coração ,não te deixa com um sorriso mecânico e confortável com o que o mundo te oferece, somos nós que temos que oferecer ao mundo, a nossa capacidade de sermos únicos.
Não devemos retribuir o ódio a outras pessoas ,muito menos amor fabricado, devemos oferecer o resultado da discussão, indignação e nosso sentimento de injustiça até que transborde e escape de nossos moldes pré- fabricados.
Só cresceremos quando deixarmos de lado a necessidade de nos estabilizarmos. É essa a missão da arte, fazer que nós seres humanos possamos nos expressar em várias faces ,ou seja expressar nosso desejo de pintar , de falar , de gritar , de cantar.
Emfim ...de sermos honestos...
Abc
