segunda-feira, janeiro 07, 2008

Romantico? Eu?

Sim, considero-me um romântico, e pretendo ser por muito tempo.
Se Marc Bolan estivesse vivo ele diria, que é um romântico nascido no século 20, porém completamente adaptado ao novo século.
Essa adaptação é especialmente peculiar a todos que cresceram ao longo dos anos 90, uma década extremamente miscigenada racial e culturalmente falando. (Isso é bom!)
Acaba nos dando suporte a um tipo de romantismo malicioso, quase cínico, como num conto de Nelson Rodrigues elevado a décima potencia.
Pois não somos mais ingênuos “minha filha”! Nascemos com malicia no sangue e crescemos assistindo sexo nas tevês, rolando nas vitrines das Casas Bahia. (Tevê de LCD em 10 vezes sem juros!)
Nós falamos “Eu Te Amo” para todos, mas não falamos somente por que sentimos, falamos para que sejamos amados (Mercenários?). E isso não é tão óbvio como você pensa, o mundo não foi assim durante toda sua existência.
De acordo com a lição de muitos mestres e nossos antepassados, deveríamos amar sem pedir nada em troca, mas anda meio difícil de acontecer hoje em dia, com tantos “Renans”, “Champinhas”, “Inácios” e “Bushes”...
É incrivelmente assustador pensar por esse lado, pois não acho que estamos tão mal assim, se levar em consideração a Idade Média, estamos até que muito bem, mas a sensação que tudo poderia estar melhor, é que nos impede de visualizar um otimismo e uma esperança no futuro. Será que estamos mimados e alienados demais pra perceber isso?(Lembrei daquela cena da passeata no filme “Tropa de Elite”).
Reféns nós somos, pois dizemos, “Eu te Amo” para que o nosso algoz não se vire contra nós, é como uma “Síndrome de Estocolmo”, ou pior, é a “Síndrome de Cadeiêro”, sabe quando o carcereiro encontra um corpo morto numa cela superlotada, e o povo diz que não viu nada, por que estavam dormindo? Isso é a cultura do cinismo nefasto.
“Mantenham seus amigos próximos e seus inimigos mais próximos ainda”... É bem por aí.
Mas continuo um ser romântico, sou porque me faz bem ser.
É como uma tatuagem, sentir na pele a dor da rejeição e não culpar aquela pessoa que não me ama.
Eu respeito a lei da natureza, uma delas diz que só amamos a quem não nos ama.(Pelo menos deveríamos)
É como Mano Brown já disse uma vez, “Jesus chorou”... Pode crer...


M.M