segunda-feira, dezembro 10, 2007

Fiorde




Rostos pintados com dedos infantis
Parecem quadros salpicados de guache
Sorrisos exagerados, quase deformados...
Contornando formas surreais de felicidade

Quão gigantesco é meu desejo de ter você junto a mim agora,
Minhas mãos estão sangrando e machucadas
O que motivou eu escalar esse penhasco,
Foi ver no alto dele a imagem de seu rosto pálido

O vento bate em meu rosto, extraindo de mim um sorriso,
Enfim chego ao seu cume, nessa tarde quente e ensolarada,
Minha alma não está em paz, apesar dessa cândida cena.
É como ópio em minhas veias, numa eterna caminhada.

O vento bate em minhas costas, secando todo meu suor,
Olho para o horizonte e vejo as mesmas formas,
Em nuvens difusas, nas quais somente eu consigo te enxergar,
E o sol se pondo brilhando sua fronte resplandecente

O sol está nos deixando, assim eu vou junto a ele,
Sorrio para o seu último raio, sua nuvem não está mais lá,
Assim como há tempos não estou mais em seu coração.
Morro de medo, mas não voltarei atrás em minha decisão.

O horizonte não me oferece nada mais além de um mar escuro e agitado
Meu rosto está marcado com lágrimas secas e sofridas,
O fato é que temos escolhas a fazer em nossa existência
Amor... Simplesmente não podemos ter tudo nessa vida.


D.R Montecchio